Naquela manhã uma flecha rompeu as matas da terra encantada. A força da sua presença deixou-me inerte e desorientado, ao tempo em que o seu zunido causou-me uma súbita surdez. As árvores, como se a reverenciassem, deixaram cair suas lágrimas de folhas, quando em determinado ponto à margem do Paraguaçu ela subiu ao espaço, veloz e iluminada, como se estivesse à procura de algo. Não era uma flecha comum, lançada a esmo de um arco qualquer. O som do trovão precedeu a resposta dada na forma de um raio. Naquele exato instante nossos mundos entraram em sincronia e eu já entendia o significado dos acontecimentos.
Chegara o Tempo dos Voduns. Não estou mais perdido e não sinto mais medo. É Tempo de Orixá.
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📷 Essa fotografia exprime bem o meu sentimento e a minha devoção por Odé! Sim, foi esse Orixá quem trouxe o meu nome para este mundo no momento exato em que eu renasci para ele pelas mãos da Ialaxé Mariá Kecy, do Babalorixá Idelson Sales e da Ialorixá Maria Lameu. Não caberia aqui uma descrição real do que é esse momento... Mas, quem tem Santo entende bem!
Adupé!
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📝⏳ Texto escrito em 4 de abril de 2006.
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