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Foto do escritorTacun Lecy

Ògún no Nagô


Fotografia de Tacun lecy que mostra Ògún no Ilê Axé Ogunjá.
Ògún • Série “Candomblés Nagô: Ilê Axé Ogunjá” l © 2014 Tacun Lecy. Todos os direitos reservados.

Saudades é o que eu sinto ao revisitar meus arquivos e encontrar imagens que me transportam para um tempo e um lugar (não muito distantes) nos quais o Oríṣa não carregava a vaidade humana no corpo do seu Elégùn. Tempo em que íamos aos candomblés para sentir a energia do Vento Sagrado, para ouvir os toques de cada Casa de Santo, para aprender novas cantigas com quem tinha para nos dar, para ver o “pé de dança” do Oríṣa preenchendo todo o barracão, para comer a comida do Àṣẹ e, ainda, para saber das próximas festas nos outros terreiros do Recôncavo.


Parece que as pessoas confundiram humildade com pobreza e passaram a acreditar que prosperidade é ser rico e ter posses e, ainda mais, e pior, acreditar que o Espírito segue esse mesmo fluxo.


Me exorciza ver essas imagens, pois elas não me deixarão esquecer que vivi para caminhar a lado de tantas mestras e mestres que, com toda a certeza, são personagens principais do mantenimento dessa cultura, que carrega na sua essência a simplicidade de cuidar do outro, porque somos iguais.


A fotografia tem o poder de salvar memórias... Assim, também, como de me transportar para esse dia, em que a energia de Ògún – cuidadosamente guiada pelos cânticos do Ộgá Tacinha – manifestou no corpo do meu irmão Hugo Costa, para me deixar feliz por ver a tradição do nosso Nagô pulsando potente no Ilê Axé Ogunjá, Casa zelada pelo meu Babá Idelson Sales.


Dias felizes... Tempos de um candomblé mais vivo e menos live.


Está tudo mudando muito rápido, mas continuo acreditando que o futuro é o primitivo!


Vida longa ao Ogunjá! Viva o Candomblé Nagô-Ijexá!!!

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1 commentaire


Roxanne Garraway
22 avr. 2020

Modernity, the double edged sword. Ogunhê!

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